quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cupim subterranêo



Cupim subterrâneo
Esses cupins são popularmente conhecidos como “cupins de solo” o
u “cupins de parede”. No ambiente urbano, a espécie que causa mais danos ao homem é a Coptotermes gestroi, também tratada por Coptotermes havilandi por outros autores. Essa espécie é originária da Ásia e foi introduzida no Brasil nas décadas de 20 e 30, provavelmente através da chegada de cargas contaminadas aos portos brasileiros ou por meio de infestações nos próprios navios que aportavam em nosso litoral.
Os cupins operários de Coptotermes gestroi são os indivíduos mais numerosos da colônia e podem viver até 5 anos. Esses indivíduos apresentam coloração creme e são maiores que os soldados, que, por sua vez, atingem aproximadamente 5 mm de comprimento. Os cupins soldados dessa espécie são caracterizados por suas mandíbulas de pontas finas e recurvadas. Eles possuem coloração alaranjada e são bastante agressivos. Quando ameaçados, expelem uma secreção esbranquiçada a partir de uma glândula da cabeça.
A rainha pode chegar a 2 cm de comprimento e possui o abdômen exageradamente grande, devido ao desenvolvimento do aparelho reprodutor. Ela pode viver até 15 anos e quando morre é substituída por outra reprodutora derivada de uma ninfa. Assim, uma mesma colônia pode permanecer ativ
a por muito tempo. As colônias de Coptotermes gestroi geralmente são enormes, podendo abrigar até um milhão de indivíduos.
Os ninhos de cupins podem ocorrer em paredes de construção, sem contato direto com o solo, ou podem ser subterrâneos. Eles são formados por uma mistura de fezes, saliva, solo e partículas de madeira.
Danos causados por cupins subterrâneos
Esses cupins merecem bastante atenção, uma vez que infestam madeiras e derivados de celulose, como papel e papelão. Eles atacam paredes e pisos, podendo danificar tomadas, interruptores. Os ninhos são construídos em meio ao reboco das paredes e tijolos e seus túneis podem acompanhar pequenas reentrâncias e até mesmo conduítes por onde passam as fiações elétrica e telefônica.
Esses cupins subterrâneos são disseminados para outros lugares por meio de transporte de peças contaminadas ou através de revoadas que foram novos reis e rainhas aptos a desenvolver uma nova colônia.
Identificação de um foco de cupins subterrâneos
Para se identificar um foco de cupins subterrâneos, deve-se procurar indícios como:

• Túneis de terra, presentes nas paredes das construções;
• Restos de solo e fezes nas peças de madeira infestadas;
• Presença de asas de reprodutores alados;
• Presença de túneis em árvores infestadas em locais próximo à construção;
• Verificação de locais propícios, como vãos estruturais da construção, paredes duplas ou lajes duplas.
Cupim Praga
Espalhadas pelo mundo, há cerca de 3000 espécies de cupins, principalmente em áreas de clima tropical e subtropical. Há ainda algumas espécies adaptadas para viver em regiões desérticas e em climas temperados. No Brasil, temos ao todo cerca de 280 espécies e dentre elas apenas cerca de 10% afeta negativamente o ser humano (Figura 1). De um modo geral, os cupins são
conhecidos como terríveis pragas urbanas e rurais, entretanto, apenas poucas espécies podem ser classificadas dessa forma.
cupim
Figura 1: Número de espécies de cupins mundial, brasileiras e considerados pragas no Brasil.
A seguir, serão citadas as principais espécies que ocorrem como praga o Brasil, sobretudo no Estado de São Paulo:
Tabela 1: Principais famílias e espécies de cupins praga no Brasil
Família
Espécie
Tipo de Cupim
KalotermitidaeCriptotermes brevis
Criptotermes spp
Cupins de madeira seca
RhinotermitidaeCoptotermes gestroi
Heterotermes tenuis
Heterotermes longiceps
Heterotermes assu
Cupins subterrâneos
TermitidaeMicrocerotermes sp.
Syntermes nanus
Syntermes spp.
Cornitermes cumulans
Cornitermes silvestrii
Cornitermes bequaerti
Cupins de montículo
Nasutitermes corniger
Nasutitermes spp
Cupins arborícolas
As espécies acima citadas podem ser consideradas pragas quando se proliferam de maneira exagerada nas áreas urbanas ou rurais. Quando isso ocorre, a intervenção hum
ana se faz necessária para combatê-las, pois grandes infestações podem causar estragos significativos nas habitações e outras construções urbanas. Nesse caso, deve-se adotar o método mais adequado para combatê-las, de modo a causar o menor impacto ambiental possível. O uso indiscriminado de inseticidas pode ser considerado um problema, pois esses produtos geralmente possuem alta toxicidade, colocando em risco a saúde das pessoas e contaminando o meio ambiente. Para que haja um combate realmente efetivo das espécies infestantes, é necessário conhecer algumas informações acerca da biologia dos cupins. Tal conhecimento pode ser útil quando se deseja buscar a estratégia mais eficiente para se acabar com a colônia.
a) Kalotermitidae:
Os cupins da família Kalotermitidae são conhecidos como cupins de madeira seca. Não possuem operários verdadeiros e não formam ninhos. Alimentam-se de madeira e derivados que contenham celulose e possuem o hábito de escavar túneis que lhes servem de abrigo contra os perigos d
o meio externo. Em ambiente natural, podem ser encontrados em árvores vivas ou mortas, sendo importantes na decomposição da celulose. Em área urbana, podem infestar mobílias e madeiras de construção em geral. A espécie que mais causa prejuízos financeiros ao homem é Cryptotermes brevis, considerada a segunda maior praga entre os cupins da região Sudeste do Brasil.
b) Rhinotermitidae:
A maior parte dos cupins da família Rhinotermitidae é formada por espécies subterrâneas. Na natureza, esses animais constroem seus ninhos embaixo da terra e consomem madeira de árvores vivas ou mortas. Em meio urbano, podem atuar como pragas quando se propagam de maneira descontrolada, fazendo seus ninhos sob as casas ou nas paredes das construções. A espécie mais importante é Coptotermes gestroi, considerada a principal praga d
entre os cupins do Sudeste do Brasil.
c) Termitidae:
A família Termitidae abrange diversas subfamílias e espécies. Fazem parte dela os cupins de montículo, que podem infestar pastagens. A principal espécie é Cornitermes cumulans, que, em ambiente natural, ocorre no cerrado e não se prolifera de maneira exagerada. Além dos cupins de montículo, a família Termitidae também compreende os cupins arborícolas, que recebem essa denominação devido ao hábito de construírem seus ninhos sobre as árvores.

O ciclo de vida dos cupins
A revoada dos cupins está relacionada com fatores como calor e alta umidade do ar. Por isso, é comum haver revoadas durante a primavera e o verão. Elas ocorrem geralmente no final da tarde e à noite, quando os cupins alados são atraídos por fontes de luz artificial. Assim, é comum, em dias quentes e úmidos, que nossas casas se encham de aleluias, quando o sol se põe e deixamos as luzes acesas.
Os pares se formam durante a revoada. Assim que um macho e uma fêmea se encontram, eles perdem as asas e um passa a seguir o outro, tocando-o no abdômen com suas antenas e palpos. Após apresentarem esse comportamento, o casal inicia a busca de um local adequado a fim de formar uma nova colônia. Rachaduras em paredes ou pequenos orifícios presentes em peças de madeira são locais bastante propícios à formação de uma nova colônia. Quando o local ideal é encontrado, o casal rea
l começa a escavação do ninho, produzindo uma primeira galeria e uma “câmara nupcial”. Ocorre, então, a cópula. O corpo do rei não sofre grandes alterações morfológicas, mas a rainha se transforma de maneira significativa, adquirindo um abdômen exageradamente grande, devido ao desenvolvimento de seu aparelho reprodutor. Esse fenômeno é denominado fisiogastria.
Após a cópula, a rainha coloca os primeiros ovos. O desenvolvimento embrionário dos novos indivíduos pode ser longo, variando entre 24 e 90 dias em algumas espécies. Os cupins são considerados insetos paurometábolos, ou seja, seu desenvolvimento ocorre através de metamorfose incompleta. Dos ovos saem os primeiros jovens, que são parecidos com os adultos, mas possuem algumas diferenças morfológicas. Eles são ainda imaturos, não são pigmentados e não possuem brotos alares. Esses jovens passarão a se desenvolver e, para isso, sofrerão sucessivas ecdises (processo através do qual um artrópode se livra do exoesqueleto para poder crescer).
O estágio entre duas ecdises é denominado ínstar. Em um determinado ínstar, forma-se um jovem denominado ninfa. As ninfas possuem algumas características peculiares como presença de olhos e brotos alares. Esses indivíduos sofrerão algumas transformações e originarão novos membros da colônia, como soldados, operários, reprodutores de substituição e reprodutores alados.
cupim ciclo de vida


Como evitar Cupim subterrâneo
Alguns cuidados podem ser tomados antes de se construir uma edificação na área urbana, de modo a evitar uma infestação por cupins subterrâneos:
a) Evitar a presença desnecessária de celulose na construção: antes de se iniciar uma construção, deve-se limpar o terreno, removendo totalmente troncos, raízes e restos de madeira que estejam no local. Além disso, não se deve misturar ao concreto resíduos de madeira ou de qualquer outro material contendo celulose, pois podem atrair cupins, uma vez que servem de alimento a esses animais. Pedaços de madeira e derivados de celulose também não podem ser enterrados como entulho na base da construção.
b) Evitar o contato direto da madeira com o solo: durante a construção, deve-se evitar que madeiras estruturais fiquem em contato direto com o solo, pois elas podem servir como atrativo para os cupins que estejam transitando pelo local.
c) Cuidados com o acabamento: após o término da obra, deve-se cobrir com massa possíveis rachaduras e frestas presentes na parede, pois elas poderão servir de entrada para instalação de nova
s colônias que se formarão após uma revoada.
d) Uso de madeira tratada: o uso de madeira previamente tratada tem se mostrado um método bastante eficiente para se evitar infestações por cupins. É certo que esse material encarece a construção, mas devemos lembrar que uma construção infestada por cupins geralmente traz mais gastos do que aqueles utilizados de forma a investir em métodos preventivos.
e) Tratamento químico do solo: outro método que pode ser utilizado de maneira preventiva é o tratamento químico do solo. Esse método consiste em se abrir uma valeta que circunde todo o espaço onde será construída a residência. Essa valeta é preenchida com inseticida e coberta novamente com terra. Essa medida apresenta alguns problemas, pois os inseticidas utilizados são residuais, ou seja, continuam agindo por longo tempo, mesmo após sua aplicação. Com isso, torna-se alto o risco de contaminação do solo e de possíveis lençóis freáticos existentes na região, ameaçando a saúde dos mora

dores do local. Além disso, após o tempo de ação do inseticida, a construção estará novamente vulnerável.






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